Relendo o passado... - Parte 2

Noooossa! Nem lembrava mais que fiz um trabalho voluntário quando tinha 14 pra 15 anos. Trabalhava ajudando uma educadora a cuidar das crianças do PET. Nos intervalos eu sempre ficava com as crianças brincando.
Lembro que eu chegava e lá vinha aquele bando de crianças pra cima de mim, quase me derrubando. Era tão boooom! Mas também, como sinto-me sempre tão sozinha e tinha muito amor pra dar, aproveitei para dar todo o amor que eu tinha para elas. Pena que eu nunca tive muito juízo na cabeça. Até hoje acho que não tenho.
Parece que estou sempre afastando as pessoas de mim, porque talvez tenha medo de perdê-las ou de amá-las, então antes que isso aconteça, eu me afasto. Para evitar sofrimento. Faz todo sentido, né? Mas isso é ruim, porque daí não tenho ninguém com quem eu possa contar, que eu possa ter um ombro amigo pra chorar. Ser eu mesma sem as convenções da sociedade.
Noooooossa! Como sou idiota! Não aguento mais ler tanta bobagem... Diários de criança e adolescente é uma coisa de louco! Eu descrevo tudo neles, até o que comi, quando fui ao banheiro, etc. Uma piada! Apesar de que tem coisas sérias também. Encontrei algumas vezes páginas de desespero, isso desde 2003. Eu tinha 13 anos. Nesses momentos escrevi muito para que Deus me ajudasse, para que Ele tirasse a tristeza do meu peito ou que me levasse pra junto dele. Quando reli isso chorei tanto. Porque, penso, que ainda é uma dor presente, mesmo parecendo ausente. E não sei porque sinto isso. É como se minha vida estivesse toda errada (deveras deva estar) e eu não consigo tomar as rédeas da situação. É como se eu estivesse numa carroça, sem condutor e os cavalos estivessem incontroláveis.
Como sou idealista, olha o que escrevi no início do oitavo diário:

Este ano eu estou AMANDO geografia, não sei se escrevi no diário anterior, mas a matéria do segundo ano é fantástica! Aborda questões políticas e econômicas, então vou aprender coisas que sempre gostei, hehehe! Poucos gostam desse assunto, principalmente, mulheres. Mas eu gosto e queria ver novamente aquele espírito empreendedor do povo brasileiro, quero ver a luz da esperança brilharem em seus olhos e finalmente podermos dizer: "Nós conseguimos, vencemos! Vencemos uma batalha dura e árdua, alguns pereceram no caminho, mas não desistimos, porque acreditamos no que lutamos, na justiça, igualdade e solidariedade. No amor pelo próximo e na esperança de que um dia o mundo será de paz, sem preconceitos e sem limites. Todos vivendo juntos como irmãos e sob apenas uma bandeira e não será a bandeira dos EUA e nem de nenhum desses países, será uma bandeira nova e muito mais colorida e cheia de vida. Os velhos costumes voltarão e todos se lembrarão que ser bom vale mais apenas do que mau, que é muito mais prazeroso e gostoso. É como nesse ditado que li em algum lugar, não me lembro onde, mas escrevi em minha agenda e ela era a seguinte: 'Faça o bem não importa a quem!'. Adoro este ditado ou frase, porque ela diz tudo".
Eu espero ainda viver para ver os dias renomados neste mundo. E espero isso sinceramente, do fundo do meu coração.

Eu era muito idealista, sonhadora. Estou com crise de identidade agora. Não sei o que ser agora. Realista é muito deprimente. Estou meio perdida, sem saber o que fazer, como agir, como ser. Não sei mais direito nem quem sou. Apesar de como quero ser eu já tenho uma idéia.
Ah! Naquela época queria ser a primeira presidente do Brasil, mas a Dilma já pegou o meu lugar. Mas espero que ela seja como eu imaginei que eu seria ou pelo menos próxima. Apesar de não poder mais ocupar o cargo de primeira presidente do Brasil, posso ser a segunda ou terceira ou quarta. Tanto faz! Mas queria ser para ajudar o meu país a ir pra frente. Tudo bem, eu sou nacionalista, mas de mente aberta. Porque tem gente que não gosta de nacionalistas. Claro, tem uns que são radicais. Não dá para radicalizar. Devesse manter os pés no chão e equilibrar, pensando o que é melhor para todos. Mas o que precisa ser arrumado com urgência neste país é a educação. Está uma grande bosta! O país só tende a piorar (as pessoas se tornaram cada vez mais egoístas por não haver limites, porque os pais não põem e a escola não pode fazer nada, além de ignorantes)! Tenho medo pelos meus filhos e as futuras gerações! Tem que acontecer uma revolução política (se agressões), JÁ!
Às vezes, parece que o Brasil não tem jeito, mas tem sim, basta os políticos serem menos corruptos e quererem que o Brasil ande pra frente. Claro que a primeira coisa é: melhorar a educação, pois é a base de tudo. Fico pensando se os políticos tem merda na cabeça. A melhor coisa para diminuir a violência é o conhecimento. Porque com o conhecimento as pessoas se tornam mais calmas e centradas (tirando os políticos que estudaram e dão cada vexame, já vi muito no jornal, políticos perdendo as estribeiras um com o outro, mas esses não tem uma boa educação, faltaram-lhes umas boas palmadas ou talvez um não ou um castigo na infância). Com educação e sem violência, diminuiria o número de pessoas doentes, o tráfico, roubos e superlotação nas cadeias. Também era preciso mudar o sistema das cadeias. Deveria ser igual dos EUA. Além de que a polícia investigativa deveria ter geólogos, psicólogos, toda uma parte técnica, aparelhagem, equipamentos e infraestrutura adequados para investigação de qualidade para que nenhum inocente pague por um crime que não cometeu. Se diminuir pessoas doentes, já diminui o problema da saúde, claro que não resolve, mas diminui. Sei que muitas pessoas são hipocondríacas, vão no médico só para que ele receite remédio para que a pessoa possa "se sentir melhor". O que ela precisa mesmo é melhorar a qualidade de vida dela.
Ai, chega! Cansei! São muitas outras coisas, muitos outros detalhesinhos que no momento não preciso escrever. Mas pelo menos já me deu um novo animo.
Acabei de ler mais uma coisa que gostei de ler que escrevi no meu oitavo diário:

Então vou escrever o que eu queria:
- Queria correr como o vento
- Queria dançar como a chuva
- Queria cantar como a água
- Queria amar como a terra
- Queria me apaixonar como o fogo

Que lindo! Às vezes, até que eu escrevo coisas bonitas!

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